Luta contra aumento das passagens do transporte no DF

Breve histórico
No dia 29 de janeiro, ocorreu uma reunião na Praça Zumbi dos Palmares (em frente ao Conic) que contou com membros da UNE, UBES, Reconstruindo o Cotidiano (Coletivo de estudantes da UNB), Juventude Revolução-IRJ e independentes. Constituímos a Frente Contra o Aumento das Passagens de Transportes do DF e decidimos organizar uma mobilização para o dia 30 de janeiro às 18h, prevendo que seria o nosso único dia útil que para mobilizar antes do aumento que estava previsto para o dia 1 de fevereiro.
Nos articulamos junto com alguns sindicatos para conseguir 3 carros de som e rodamos os panfletos na CUT-DF para distribuir durante o dia na rodoviária. Pela noite, nos juntamos ao pessoal do MPL e outros independentes para pintar cartazes e discutir a organização do ato no dia seguinte.
No dia 30 de janeiro, rodamos com carros de som por Taguatinga e pela Rodoviária do Plano Piloto, denunciando a política do Governador Arruda (DEM), que por meio de seu secretário de Transportes Alberto Fraga, havia anunciado, no dia 28 de janeiro, que aumentaria a passagem de metrô de R$ 2,00 para R$ 3,00 e dos ônibus de R$ 2,00 para R$ 2,50.
Durante o dia, panfletamos cerca de 30 mil panfletos. E fizemos um ato, às 18h, que contou com cerca de 50 manifestantes, que rodaram pela rodoviária com palavras de ordem como: “Vem! Vem! Vem pra luta Vem! Contra o aumento!!!” e “Não é mole não, aumento de passagem é assalto ao cidadão!”. Por alguns minutos, conseguimos parar as saídas dos ônibus, mas a polícia militar nos empurrou para sair da pista. Desta vez, não houve agressão porque a imprensa estava próxima de nós, manifestantes.
À noite, por volta das 20h, o Governador Arruda anunciou, em coletiva à imprensa, que a passagem dos microônibus aumentaria de R$ 1,00 para R$ 1,50 e do metrô de R$ 2,00 para R$ 3,00 – recuando em relação ao aumento previsto para os ônibus.
Os militantes da Juventude Revolução – IRJ em Brasília participaram ativamente das atividades desde o início. Entrando em contato com sindicatos, panfletando, falando no carro de som e puxando palavras de ordem junto com os demais manifestantes na sexta-feira (30/02). E discutiremos na próxima reunião do núcleo – DF como podemos contribuir para que continue a luta até o fim.
A destruição do sistema de transporte
O descaso do GDF (Governo do Distrito Federal) frente ao sistema de transporte da capital do país é grande. Apesar de o governo dizer que haveria troca da frota de ônibus, o que vemos são ônibus maquiados. É normal ver um ônibus com uma propaganda atrás dizendo que a frota foi renovada e, ao lado, o cano de descarga desse mesmo ônibus todo enferrujado e soltando uma fumaça preta.
Os estudantes e trabalhadores estão cansados de ficar esperando horas e horas nas paradas pelo ônibus que demoram, e os mesmos estarem sempre lotados de gente nos horários de pico. Não é raro ver que eles também quebrem no meio do caminho para casa, trabalho ou escola. Os engarrafamentos também prejudicam o trânsito, devido ao péssimo sistema de transporte, muitos trabalhadores são obrigados a se endividarem para comprar carros.
A máfia das famílias Canhedo, Amaral e Constantino (que controlam as 13 empresas de ônibus do DF) faturam mais de R$ 44 milhões por mês. Não é possível que esses empresários continuem lucrando à custa dos estudantes e trabalhadores, que se vêem confrontados a ter que pagar, cada vez mais caro, por um serviço cada vez pior.
Se, por um lado, temos o Governo Arruda cuidando muito bem dos interesses dos seus amigos, os empresários, por outro lado, temos 58 milhões de trabalhadores e jovens de todo o Brasil, que conseguiram eleger Lula, o primeiro presidente operário do Brasil. Temos força para impedir os aumentos de passagens, contamos com o apoio da massa trabalhadora. Se, de um lado, vemos a passagem de Salvador, do prefeito João Henrique (PMDB), ter aumentado em janeiro para R$ 2,2, temos, em contraposição, o exemplo de Fortaleza, da prefeita Luzianne Lins (PT), que há 4 anos mantêm o preço da passagem em R$ 1,60.
Torna-se cada vez mais necessário um transporte público de verdade e com qualidade, para isso é preciso:
Exigir de Lula a revogação da LRF, que esmaga o orçamento dos municípios, revertendo essa verba para:
– A revitalização da TCB.
– Passe-livre a todos os estudantes.
– Congelamento das tarifas de ônibus.

Próximos passos:

No dia 5 de fevereiro, às 10h da manhã, haverá uma Plenária na sede da CUT-DF (Conic) para discutir um novo panfleto e a sequência da luta contra o aumento de passagem. A idéia é tentar garantir a presença do Sinpro-DF, UNE, UBES, Sindicato dos Rodoviários, e demais entidades e organizações que possam se unificar nesta luta para ela ser vitoriosa.

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