Curitiba – Redução imediata do preço da passagem de ônibus!

fevereiro 17, 2009

Ato Público

Nesta quinta (19), 10hPraça Santos Andrade

Também lutamos por:

  • Passe livre para estudantes e desempregados;
  • Indenização aos trabalhadores do transporte e usuários vítimas da insegurança;
  • Melhores condições de trabalho e aumento salarial para os trabalhadores do transporte;
  • Fim do reembolso pelos assaltos às empresas! Motoristas e cobradores não devem pagar pelo crime que não cometeram;
  • Abertura das contas da URBS.


Frente Pela Redução da Tarifa e Pelo Passe-Livre:

ENECOS – MPL – DCE/UFPR – CAHIS/UFPR – CAP/UFPR – CAN/UFPR – DANC/UFPR – CACS/UFPR – MST – SENGE-PR – SindPRevs – ASSIBGE-SN – Assembléia Popular – PSTU – PCB – PSOL – PT-DM – Consulta Popular – Esquerda Marxista/PT – PH – Grupo Rosa Luxemburgo – Juventude Revolução – MPL – FARJ – Campo Barricadas – UJC – Marcha Mundial Pela Paz e Não-Violência – Mais/PT – Movimento Mudança – Oposição/APP


Curitiba – Nota do MPL sobre a manifestação do dia 13

fevereiro 15, 2009

A truculência policial abateu-se sobre o Movimento Passe Livre Curitiba (MPL). O movimento estava em manifestação no dia 13 de fevereiro, seguindo uma jornada de luta de vários atos e panfletagens anteriores, reivindicando a redução da tarifa de ônibus para o patamar anterior (de R$2,20 para R$1,90), pela abertura da “caixa preta” da URBS e pelo passe livre, fundado na ampliação do direito de ir e vir. Mas como esperado, a polícia militar chegou ao local agindo já com violência ao empurrar e agredir manifestantes para que saíssem da avenida – onde realizavam uma marcha e entregavam panfletos aos estudantes ali presentes, muitos dos quais integraram a manifestação. Cerca de 400 estudantes ocupavam as ruas.

A agressividade da polícia, sem espaço nenhum para o diálogo e totalmente despreparada para lidar com movimentos sociais, ultrapassou a agressão física no momento em que os policiais começaram a decretar voz de prisão para diversos manifestantes pacíficos. Em solidariedade aos manifestantes que estavam sendo detidos os estudantes gritavam palavras de ordem pela soltura dos manifestantes e ainda eram agredidos por porretes quando foram solidários tentando se aproximar para libertar os detidos.

Eis que o reforço da polícia militar chegou e distribuiu violência gratuita aos manifestantes, agredindo-os sem poupar esforços com chutes, socos e porretes. O número de feridos foi superior a 20 pessoas, detendo 7 manifestantes de forma truculenta. No saldo um estudante teve o braço quebrado, vários outros tiveram a mão e os dedos trincados ou quebrados e uma estudante fora atingida na nuca e sangrava. Além disso, a polícia apreendeu e destruiu várias câmeras e celulares que filmavam a truculência da repressão. O tumulto quase configurou-se como uma revolta popular, muito embora a força policial eficazmente tenha defendido os empresários do transporte coletivo.

Esse não é, de modo nenhum, um caso isolado. Em 2 de abril de 2008 um estudante foi encaminhado ao Hospital Evangélico após ser espancado pela Guarda Municipal em uma manifestação pelo Passe Livre. Em 15 de setembro um militante do MPL declarou ao Jornal *Comunicação* da UFPR quanto à possibilidade de aprovação do Passe Livre: “Recebemos argumentos que sempre negam o passe livre, dizendo que existem impedimentos orçamentários ou técnicos para a efetivação do passe. Isso quando não recebemos somente a polícia”. Mais uma vez, o MPL e o conjunto da população de Curitiba receberam a polícia.

Após 11 dias da posse de Beto Richa o prefeito aumentou a tarifa em 30 centavos. Logo, há uma dupla política da prefeitura: 1) uma política que serve aos empresários, contra a maioria da população trabalhadora, aumentando a tarifa e 2) reprime a população que manifesta-se contrária e criminaliza os movimentos sociais. Esse é quadro atual da política em Curitiba.

O MPL vem a público declarar que a prefeitura de Curitiba, serviçal dos empresários de transporte, é incapaz de conviver com a diferença, com a democracia que permite um ato de contrariedade a sua política. Além disso, o MPL continua disposto a lutar contra esse aumento de tarifa, pela abertura da “caixa preta” da URBS e pelo Passe Livre. As forças policiais não serão capazes de anular um movimento justo, popular e legítimo.


Distrito Federal – Vamos à Luta contra o aumento das passagens!

fevereiro 12, 2009

O final do ano de 2008 é marcado por mais uma crise financeira que se instaurou no mundo inteiro. Aqui no Brasil começamos a sofrer alguns de seus efeitos. Para lidar com a crise, o Governo Federal fez sua escolha: investiu bilhões para salvar banqueiros enquanto milhares de trabalhadores e trabalhadoras estão perdendo seus empregos.

Em Brasília, o governador Arruda não faz diferente e também adota medidas que atacam diretamente os trabalhadores e trabalhadoras desta cidade. A mais recente delas é o aumento das tarifas do microônibus e do metrô, que sofreram um ajuste de até 50%. Para usar o microônibus você gastará R$1,50 e para usar o metrô será preciso desembolsar absurdos R$3,00. Tal medida favorece somente os empresários que dominam o transporte público de Brasília, fazendo com que a juventude e os trabalhadores paguem por essa crise mais uma vez.

A juventude, ao ocupar a reitoria da UnB em 2008 mostrou para a sociedade que é possível lutar e vencer. Devemos tomar as ruas do Distrito Federal para exigir a redução das tarifas e uma nova lógica para o transporte coletivo.Somente a nossa organização e participação serão capazes de garantir um transporte justo e digno.

Vamos à Luta Contra o aumento das passagens!

Pelo passe-livre para estudantes e desempregados!

Pelo fortalecimento da TCB e por um transporte realmente público!

Abertura imediata das contas das empresas que controlam o transporte coletivo no DF!

Movimento Vamos à Luta – DF

Curitiba – Plenária: Barrar o aumento e melhorar o transporte!

fevereiro 11, 2009

No começo de janeiro, a prefeitura de Curitiba aumentou a passagem do ônibus para R$2,20. Dias depois, uma trabalhadora da limpeza morreu atropelada devido as péssimas condições do transporte curitibano. A partir daí, veio a público uma situação há muito tempo conhecida pelos usuários dos ônibus em Curitiba e Região Metropolitana: passagem cara, ônibus lotado, ausência do passe-livre (para estudantes e desempregados), péssimas condições de trabalho para motoristas e cobradores, insegurança e atrasos constantes.

Acontecerá no dia 19 de fevereiro uma manifestação chamada pelas organizações e movimentos abaixo-assinados

pela redução imediata da passagem de ônibus, além de outras reinvindicações (para resolver os problemas citados acima). Mais do que cartas ao Ministério Público e/ou pedidos de joelho para parlamentares e o prefeito, acreditamos que é a ação direta da população organizada na rua que vai fazer a prefeitura rever este aumento. Antes da manifestação, convidamos os trabalhadores, movimentos, grêmios e demais entidades estudantis, desempregados, estudantes e quem mais vier a se somar numa plenária de organização e preparação da manifestação, no dia 14/02/2009, as 14h, no SENGE (R. Mal. Deodoro, nº630, 22º andar – Ed. Itália).

Saudações,

PSOL – Consulta Popular – PSTU – Esquerda Marxista/PT – PCB – Grupo Rosa Luxemburgo – Partido Humanista – Marcha Mundial Pela Paz e Não-Violência

Serviço:
Plenária de organização
14/02/2009, 14h
Local: SENGE (R. Mal. Deodoro, nº630, 22º andar – Ed. Itália)

Ato público
19/02/2009, 10h
Praça Santos Andrade

Contatos: Pedro Carrano (9604.5211)”

Parte 2: O aumento das passagens e a luta contra ele em Maceió

fevereiro 11, 2009

Na postagem passada, escrevi sobre o transporte público em Maceió e o seu reajuste, explanando também – em poucos pontos – os problemas que envolvem o comitê/movimento que tem se manifestado contra os aumentos tarifários nos últimos anos. Agora vou me debruçar numa crítica ao comitê deste ano, que em pouquíssimo tempo se esfacelou. E o que foi pior: sem conseguir realizar nenhum ato ou mobilização.

Os grupos políticos organizados e as entidades estudantis e sindicais que o compuseram foram essencialmente os mesmos dos últimos anos, com um ou outro acréscimo. Entretanto, sequer os tradicionais [e repetitivos] atos partindo do Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa) ao centro da cidade conseguiram ser viabilizados. Com um partido de esquerda na prefeitura de Maceió, o que acontecia até 2004, os atos públicos eram razoavelmente aglutinadores. Com a volta da direita tradicional ao poder municipal, as manifestações se enfraqueceram e até mesmo deixaram de existir. E tal factualidade desprovida do advento de uma repressão sistematizada por parte do aparato estatal.

O que deixa apenas uma saída para análise: não foi esta uma vitória da direita construída por ela própria em meio a um enfrentamento político-ideológico, mas sim uma derrota da esquerda para si própria! A esquerda não conseguiu sequer construir um movimento e o mesmo já morreu; houve um aborto com menos de um mês de gestação.

E o desgaste das fórmulas de ação prática do movimento foi o motivo principal para esse aborto. Vai-se até o Cepa e de lá se faz alguma atividade; ir até o colégio e não conseguir sucesso num ato “de massas” deixa-nos sem saber o que fazer. Só uma possibilidade de ação permeia o taticismo do movimento estudantil, e em 2009 ela se mostrou totalmente esgotada – isso agora não é mais teoria ou impressão subjetiva isolada, tornou-se fato concreto.

Isso foi abordado no texto anterior, escrito na segunda-feira. Mas quando me referi ao fato dos “grupos políticos não conseguirem formar uma unidade de ação por mais que um curto período” imaginava que esse período fosse de um ou dois meses. Ainda grafando que o desgaste era “catalizado em altíssima velocidade”, o mesmo ter consumido o atual comitê em 23 dias mostra que o pessimismo contido em minha analise estava errado: era necessário um quantum maior de desconfiança, era necessário ser mais pessimista ainda!

Na manhã da última quarta-feira (28), quando estava marcado um ato público que sairia da Praça dos Martírios até a Câmara Municipal – e o mesmo não foi desmarcado até o seu momento! – ninguém compareceu. Para não dizer ninguém, foram ao ato três pessoas. Entre elas, estava eu.

Não existiam militantes, carros de som, bandeiras, panfletos, faixas ou cartazes. Havia apenas uma convocatória para o ato, que foi divulgada, e mais nada. Um ônus político que tem de ser avaliado, pois se uma brincadeira de mau gosto dessas – convocar atos fantasmas – cai na moda, como vai ficar a credibilidade do movimento?

Falava-se muito em uma possível cisão do comitê antes de seu final, operacionalizada pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), o qual propunha ações mais ousadas/radicalizadas, porém sem uma base social condizente para o protagonismo de tais atividades. Em suma: propostas sem viabilidade política satisfatória, que apenas gerariam desgastes e má-propaganda do movimento perante a sociedade.

Mas é o MEPR que menos merece críticas ao final do comitê, pois apesar de todas as inadequações do mesmo à dinâmica coletiva (atuar em unidade com os atores políticos envolvidos), este movimento não poderá ser acusado de abandono desta luta no momento atual. Eles organizaram, junto com o Movimento Punk Alagoano (MPAL) e a União da Juventude Comunista (UJC), um ato em substituição ao que não ocorreu, saindo em passeata pelas ruas do centro com cerca de 50 estudantes.

Um número irrisório e um itinerário pequeno: da Praça Sinimbu até a Praça Deodoro, passando pelo Palácio do Governo e pela Prefeitura Municipal. De fato, essa passeata, que teve de ser protegida por policiais para acontecer, foi a única que houve em protesto ao aumento de 11,11% na tarifa dos ônibus maceioenses. E se ela serviu para alguma coisa, foi para mostrar ao MEPR – que tinha a intenção de “radicalizar” o protesto com o apedrejamento de um ônibus vazio – o quão difícil é viabilizar suas próprias propostas sem arcar com um ônus político e material estratosférico. Por perceberem tal fato a radicalização ficou só no discurso.

Cabe fazer uma crítica e um questionamento aos demais construtores do comitê, que sequer apareceram na quarta-feira. Por parte do Partido Comunista Revolucionário (PCR), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) fica a clara impressão que – prevendo a pequenez do segundo ato, em decorrência do insucesso do primeiro – nenhuma das três forças políticas quis se fazer presente pelo fato de que não seria possível nenhuma autoconstrução a partir das manifestações do comitê.

E sem uma boa propagandeação de suas bandeiras, ideologias e parlamentares para outros, pra que lutar? Foi esse o raciocínio pobre e mecanicista que os três partidos adotaram. O PSOL tinha a intenção escancarada de alçar à níveis publicitários mais elevados o nome do vereador Ricardo Barbosa. PCR e PSTU, que buscam dentro da juventude novos militantes, abdicaram da luta por não ver esses novos quadros dentro de um movimento reduzido. Assim, no maior dos cinismos, ninguém de nenhum desses três partidos compareceu num ato agendado por eles próprios. E é impossível sustentar a tese – caso se queira usar dessa desculpa – de que todas as pessoas, de todos estes partidos, estavam inviabilizadas de comparecer ao ato por motivo de força maior. Se estavam, então por qual motivo enviaram convocatórias para listas de discussão de domínio público?

Construir-se enquanto força política ou partido em meio a um movimento é legítimo. Não condeno tal prática. Mas colocar a necessidade de autoconstrução acima da própria luta – como foi feito por PCR, PSOL e PSTU – é uma inversão de valores imperdoável.

Um terceiro grupo também merece citação: o Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares (CAZP). Presente em todos os comitês anteriormente existentes desde que fora fundado, em 2002, o CAZP esteve ausente da reunião de fundação do atual comitê, mas compareceu no ato do dia 14, em frente ao Cepa. O motivo da ausência do CAZP no ato do dia 28 não foi a “inversão de valores” imputada aos partidos políticos citados no parágrafo anterior, já que dentro deste Coletivo existe um purismo que os inibe a seguir tal prática: o que de fato é muito bom e merece ser elogiado, nesta situação. Mas esse mesmo purismo os levou ao sectarismo de avaliar o comitê como seguidor de uma política em equívoco e abandoná-lo sem nenhuma explicação, sem nenhuma “carta de despedida” que fundamentasse as críticas que o CAZP possui, o que dá a entender que nem eles mesmos sabem o que criticar, apenas não queriam participar de um espaço onde haja partido político envolvido.

E que fique claro: o sectarismo não foi a avaliação que fizeram do comitê, provavelmente muito próxima da minha, mas sim o abandono do mesmo.

Tão ruim quanto o sectarismo é a partidofobia do CAZP, que já havia sido denotada em outros momentos, como por exemplo quando se desligou do grupo Além do Mito tomando como ponto de partida para a “dissidência” uma polêmica entre formar ou não uma chapa pró-DCE-Ufal em conjunto com o PSTU. Partidos políticos são organizações legítimas, ferramentas que – se bem utilizadas – podem vir a ser úteis para a classe trabalhadora. Por qual motivo ser contra a organização partidária? Por defender o voto nulo em eleições? Resposta insuficiente do anarquismo organizado para a questão!

O CAZP não sabe responder as interrogações que surgem em sua frente, prefere se isolar em um cubo de cristal e fingir ser “a mais pura das virgens”, inviolável, sempre coerente com seus princípios. Talvez por isso continue tão insignificante como organização política: não dialoga com ninguém, não constrói nada e não tem fundamentos para suas atitudes sectárias.

O sumiço desses atores do último ato reforça um ponto do texto anterior, quando falei que o movimento estava “mais preocupado com egos do que com a luta em si”. Alguns com necessidades de autoconstrução, outro com necessidade de sentir-se como um paladino comunista.

De fato, onde está a saída? O que fazer?

A resposta para como enfrentar os aumentos de passagem de ônibus; lutar pelo passe-livre estudantil e para desempregados; conseguir melhorias e aumento da frota em circulação; viabilizar terminais de integração e formas alternativas de transporte; ampliar a meia-passagem para toda a população em finais de semanas e feriados; dentre outras reivindicações é impossível de se buscar no atual quadro, a menos que se queira dizer que nada disso é possível em Maceió (o que seria um falseamento do real).

Essa resposta se trata do produto de duas equações: 1) como o poder municipal vai manter a atual política de aumento tarifário e manutenção de um serviço precarizado que gera insatisfações dos usuários; e 2) como a oposição (de esquerda, já que a de centro e centro-esquerda seguem plataformas muito voláteis) vai se organizar para enfrentar o poder municipal, estando nele quem estiver, e trazer para o seu lado o público que utiliza o transporte coletivo maceioense e está em desgosto com a qualidade e o valor do mesmo.

Avaliando a perspectiva do trabalho, que é o lado do qual me coloco, observemos simulações para a segunda equação.

A única saída para uma reconstrução da luta contra o poder municipal e os empresários do setor é o reordenamento da esquerda em uma frente permanente de luta pelo transporte público acessível e de qualidade. Esta frente deve congregar dentro de si movimentos estudantis, sindicais e sociais, de modo que todos lutem por um objetivo único e indivisível, sem colocar em evidência prioritária no debate os próprios egos ou as preocupações entre quem veste a camisa mais ou menos vermelha.

A luta por um transporte público de qualidade e por um baixo preço se coloca como uma reivindicação meramente reformista, dentro do âmbito e lógica do capital, inexistindo – portanto – a necessidade de maiores atritos ideológicos que venham a destruir tantas vezes a organicidade do comitê. É uma questão de maturidade.

Uma frente nesses moldes deveria organizar-se desde já, mantendo reuniões periódicas; promovendo debates em bairros populares; lançando materiais de propaganda e agitação; formulando reivindicações e propostas para a viabilização das mesmas etc. Só assim, começando o movimento do início – e não de seu auge! – é que podemos ser consequentes para, num momento de novo reajuste, estarmos aptos a atuar contra ele, com uma base informada e mobilizada para as manifestações, deixando de lado o espontaneísmo do qual vem se alimentando o movimento até então.

As primeiras reuniões dessa frente/comitê, caso ela nasça, certamente serão esvaziadas e diminutas, devido a hecatombe que o último comitê deixou no movimento. Somente com o tempo e o firmamento de uma construção prática coletiva, a qual dê garantias de que o espaço estará aberto a todos os que quiserem lutar, é que tal iniciativa pode começar a dar seus primeiros frutos. Não creio em outra solução. Apenas o lançamento dessa semente pode evitar que os fiascos dos últimos anos se repitam em 2010, 2011, 2012…

É possível que mesmo mobilizado a partir de agora este novo modelo de comitê não consiga êxito e não barre o próximo aumento, mas indubitavelmente que ele seria muito mais forte que qualquer um dos últimos sete anos.

Resta uma coisa a saber: qual organização terá a coragem e a responsabilidade de redigir uma convocatória para essa frente permanente após os últimos acontecimentos?

Post-Scriptum: No segundo parágrafo do texto existe uma generalização que carece de esclarecimento. Quando falo que os protestos contra os aumentos foram maiores com um partido de esquerda que com a direita no poder municipal – tendo a esquerda reajustado a tarifa em R$0,90 num período de 114 meses e o atual Prefeito elevado a mesma em R$0,75 em 49 meses – não estou, contudo, querendo resumir a potencialidade das manifestações e ações do movimento perante as tendências políticas de quem está na Prefeitura Municipal. Isso seria uma forma de delimitar toda a centralidade do movimento na esfera política, visão a qual não defendo.

Estou querendo, somente e sem maiores pretensões, exemplificar o ativismo do movimento local nestas duas formas de governo, como forma de contraposição ao que se vê em âmbito nacional com o Governo Lula (imaginando que os leitores do blog teriam tal pré-requisito numa leitura implícita), quando se deu exatamente o inverso – basta ver a reorganização [e a necessidade da mesma!] dos movimentos estudantil e sindical, em curso desde 2004.

Para explicar essa questão decentemente, contudo, seria necessário um outro texto, que frisa-se uma análise de conjuntura contemporânea, do neoliberalismo chegando ao Brasil no Governo Collor até o ano de 2005, quando o escândalo do Mensalão escancara as contradições (que já eram conhecidas nos meios acadêmicos) do Partido dos Trabalhadores.

Fonte:  http://manguewireless.blogspot.com/

O aumento das passagens e a luta contra ele em Maceió

fevereiro 11, 2009
O transporte público de Maceió sofreu novo reajuste tarifário no último dia 4, passando de R$1,80 para R$2,00. O que já era um valor elevado – levando-se em conta para tal mensuração: 1) o tamanho da cidade; 2) a qualidade e quantidade da frota; 3) a falta de terminais de integração (gerando a necessidade de se pegar mais de uma condução) e de formas alternativas de transporte e locomoção (exemplos: metrô e ciclovias); e 4) a condição sócio-econômica da população consumidora do serviço – ficou 11% mais caro.
Entre as 27 capitais brasileiras (incluindo o Distrito Federal), Maceió tem a 12ª tarifa mais elevada (dados coletados em 12 de janeiro). Mas como é possível para a população pagar o 12º valor mais alto quando, de acordo com os últimos números do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), publicados em 2005, estamos em 27º entre 27 concorrentes?


No IDH específico para renda – já que o índice avalia como critérios educação, expectativa média de vida e renda anual per capita – estamos em penúltimo, acima apenas de São Luís-MA (0,589 x 0,570). Fica aí mais uma questão – a meu ver, a principal! – para questionar o valor da tarifa maceioense.

Dos 30 dias do mês, tiramos oito como sábados e domingos. Restam 22 dias úteis. Para um trabalhador deslocar-se ao emprego e voltar para sua casa o custo sai por R$4,00. Nos 22 dias do mês, tal custo atinge o valor de R$88,00. Como o salário mínimo hoje é de R$415,00 (passará a R$464,72 em 1º de abril), a passagem de ônibus maceioense consome 21,21% da remuneração mensal de um empregado comum apenas de deslocamento ao posto de trabalho, um percentual nada insignificante.


Não é a toa que a evasão escolar e o número de ciclistas (inclusive de ciclistas mortos) aumentam a cada elevação de tarifa: a população, que já possui muito pouco para sua subsistência, fica sem condições de pagar o reajuste. E os efeitos disso são percebidos a curto e longo prazo, seja com o aumento da criminalidade nas periferias, seja com a não consecução de uma escolaridade básica pelas classes subalternas – fator que virá a influir de modo negativo e determinante na divisão social do trabalho para milhares de indivíduos.

De fato, o transporte público deixar de ser um serviço/direito básico e fundamental para se tornar um inibidor da socialidade e do desenvolvimento social perpassa por uma total inversão de valores e prioridades. Em muitos países o transporte público é subsidiado e gratuito, pelo fato do deslocamento eficaz da força-de-trabalho e dos consumidores ser positivo e essencial para a vida da indústria e do comércio. No Brasil, contudo, o capitalismo se estruturou de modo mais perverso (numa vertente de capitalismo colonial) e essa positividade não foi aplicada.

Para velar esse problema e justificar o alto valor, já chegaram a veicular na televisão propagandas do setor de transporte público baseadas em falseamentos da realidade descomunais, como que o deslocamento da classe média que possui direito de meia-entrada é pago pela população pobre com a necessidade dos empresários em se aumentar a tarifa.

Sem dúvidas, um engodo. A meia-entrada é um direito concedido pelo Decreto nº 37.154, de 15 de maio de 1997, portanto faz parte de uma normatização jurídica legal. A meia-entrada, como versa o Decreto, não é uma entrada inteira, portanto não concede aos empresários do setor o direito de embutir a metade não paga pelos estudantes na conta de quem já paga a tarifa em sua totalidade. O mesmo argumento serve para as gratuidades concedidas por Lei aos idosos, deficientes, gestantes, algumas categorias de servidores públicos etc.

A falta de um movimento sindical organizado para confrontar tais abusos chega a ser anacrônica, pois esta é sim uma pauta de interesse da classe trabalhadora como um todo: um transporte público de qualidade e acessível para todos. Quem mais utiliza o transporte coletivo são justamente os trabalhadores.

Com esse desfalque, contemporaneamente foi o movimento estudantil quem assumiu para si a pauta e passou a empreender lutas nos últimos anos contra o aumento da tarifa e pela transformação da meia-entrada em passe-livre estudantil.

Mas a lacuna deixada pelos sindicatos está sendo muito mal preenchida pelas entidades estudantis, tanto por limitações políticas quanto financeiras. Para citar alguns dos motivos que levaram aos insucessos na viabilização das reivindicações nos últimos anos:

1. Os atos se tornaram mobilizações cíclicas e viciadas

Não existem outras alternativas diferentes em relação a mobilizar estudantes no Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa) para empreender uma passeata até o centro da cidade e – depois de algumas horas – ver a manifestação esvair-se, no maior dos voluntarismos.

E essa desertificação de possibilidades de ação não se dá por acaso: o trabalho de base para elucidar a população da necessidade de se lutar por um transporte melhor e mais barato inexiste.

O movimento nunca mobiliza base nenhuma, nunca começa do início do processo, mas sim do seu auge, convocando um ato público de massa – que tem ficado cada vez menor com o passar dos anos, demonstrando o desgaste – como se estivesse preparado para isso. O movimento elimina etapas políticas e cai num taticismo que levou a uma impossibilidade qualquer ação efetiva nos períodos em que o Cepa encontra-se de férias.

2. A organização para a luta só se dá nas vésperas ou pouco depois do reajuste tarifário

Aqui se encontra um imediatismo barato. Só se pugna por um transporte público de qualidade ou pelo passe-livre quanto o aumento é ou está para ser aprovado. Mesmo sabendo que no final do ano isso acontecerá, não há nenhuma mobilização ou reunião para planejamento prévia.

Como falei anteriormente, o movimento estudantil tem limitações políticas para intervir nesta pauta. A começar pela sua volatilidade: só se é estudante por um período curto da vida. Depois, por sua centralidade política estar mais aproximada da luta pela educação pública de qualidade, mesmo que o acesso à escola seja parte da luta pela educação, tornam-se mais volumosos no movimento os debates acerca de políticas educacionais do que sobre os transportes coletivos.

É mais comum ver o movimento estudantil empenhado em organizar um encontro que vai servir para nada ou muito pouco, como os muitos que as executivas nacionais de curso realizam (posso usar o Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social – Enecom – como exemplo), que vê-lo mobilizando estudantes para lutar por um transporte público de qualidade.

Por isso, depois de duas ou três ações públicas (des)coordenadas que os comitês contra o aumento da passagem e pelo passe-livre realizam em Maceió, tudo se desfaz. O combustível queima muito rápido. E o mesmo ciclo é repetido no ano seguinte, pelos mesmos atores, como um déjà vu.

3. As políticas propostas são repetitivas e ineficientes

Atos do Cepa ao centro. Queima de pneus durante o percurso. Pulas-catracas em alguns poucos ônibus. Entrega de pauta na Prefeitura. E nada mais.

Dentro desse mecanismo viciado, tanto o/a Prefeito/a quanto os empresários do setor já sabem como atuar para aumentarem o valor da passagem e – ao invés de se desgastarem – criminalizar o movimento, como aconteceu em 2001 e 2004.

No lado oposto disso, o movimento não consegue formular nada para além de tais propostas. Mesmo com a consciência de que o ato será um fracasso e nada alcançará, o mesmo é construído sob discursos fervorosos e otimistas. Por qual motivo? Por determinados partidos políticos quererem levantar suas bandeiras numa passeata. Mais nada, puro cinismo e pragmatismo político!

4. Os grupos políticos não conseguem formar uma unidade de ação por mais que um curto período

O movimento já começa rachado e cindido. A pauta só consome os meses de dezembro e janeiro e por ali mesmo desaparece. O desgaste subjetivo após reuniões e ações diretas é catalizado em altíssima velocidade.

Diante de tal situação, não me admira que o movimento – mais preocupado com egos do que com a luta em si – já nasça derrotado.


Para finalizar, de modo muito generalista, eu diria que apenas uma unidade entre os movimentos sindical e estudantil, que possa excluir a vaidade das forças políticas que nela se aglutinem, seria viável para formalizar esse processo de lutas.

As lutas, contudo, não devem existir simplesmente em períodos localizados, mas como um continuum, lançando em ampla circulação cartilhas, panfletos e materiais gráficos de agitação em geral, para esclarecerimento da população sobre a problemática do transporte coletivo da capital alagoana.

A partir desse trabalho de base (e somente depois dele!) é que uma nova conjuntura para atuação pode ser delineada. Dentro da atual conjuntura e de seus já conhecidos esquemas de atuação, estamos fadados a fracassar. E a história recente deixa um bom ensinamento sobre isso.

Post-Scriptum 1: As críticas são feitas por alguém que anda de ônibus e participou dos atos contra o aumento das passagens entre 2003 e 2006, construíndo o comitê que organizava as manifestações; e que ainda esteve presente na reunião de formação do atual comitê, no último dia 5 de janeiro.

Post-Scriptum 2: Na última tabela, com os aumentos da tarifa e do salário mínimo, constam todos os reajustes desde que o Plano Real foi adotado na economia brasileira, em 30 de junho de 1994. Naquela data, o valor da passagem de ônibus em Maceió era de R$0,35 e o salário mínimo estava fixado em R$64,79. Em 1º de setembro de 1994 o salário mínimo foi reajustado em 8,04%, passando a ser de R$70,00.

Fonte:  http://manguewireless.blogspot.com/

Quanto custa a qualidade de vida?

fevereiro 5, 2009

Alexis Azevedo*

Em Aracaju está na faixa de R$1,95. Falamos do aumento deslavado da tarifa de ônibus na capital sergipana. Um aumento que, objetivamente descrito, não é novo e não traz nenhuma melhoria para o conjunto da população. Ou ninguém sabia que os empresários, com total conivência da prefeitura, nos dariam esse presente de grego no começinho do ano? Ou será que o “circular cidade” está com pessoas bem acomodadas e passando no horário? Afinal, o que justifica mais um aumento senão a ganância e a avareza dos empresários?

A qualidade de vida tão alardeada durante a campanha de reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira/PCdoB esbarra de frente com um sistema de transporte público caótico e com elevado custo para os trabalhadores e estudantes da grande Aracaju. Não temos transporte alternativo (sem contar a constante perseguição aos moto-taxistas), os ônibus estão sempre lotados, demoram a passar, os motoristas e cobradores tem péssimas condições de trabalho, os assaltos são cada vez mais freqüentes, e por aí passamos horas a definir problemas.

Para completar essa lamentável situação, o transporte que deveria ser entendido como prioridade dos governos e como política de estado, uma vez que se trata do transporte público, foi cedido através de concessões para a iniciativa privada com um detalhe bem peculiar: não houve licitação. Isso mesmo, aquela historinha jurídica na qual todas as empresas devem competir em pé de igualdade para prestar um serviço essencial ao povo não existe por essas bandas! Vale lembrar que com esse modelo de gestão para o transporte pagamos além dos custos com combustível, manutenção, salários, etc., o exorbitante lucro do empresário. Com isso, um pequeno grupo enche os bolsos com a exploração de muitos. E olhe que isso tudo não começou agora.

Como sabemos há uma contradição inconciliável entre prestar o melhor serviço para o povo e ter como objetivo o lucro. O primeiro fica a reboque do segundo. A fórmula exata da burguesia do transporte é: prestamos o melhor serviço que podemos para que não deixemos de lucrar! E a melhor coisa que conseguem fazer é a lata de sardinha suja e velha que andamos todos os dias! Por isso não podemos aceitar que “meia dúzia de engravatados no ar-condicionado” digam que estão pensando o melhor para a população enquanto exibem outdoors pela cidade com agradecimentos ao prefeito, ao mesmo tempo em que tratam com desumanidade aqueles que necessitam do “ônibus de cada dia” para garantir o sustento.

Numa cidade onde a qualidade de vida é para quem tem dinheiro o chamado está feito: Ampla mobilização da juventude e dos trabalhadores contra o aumento abusivo e descarado da tarifa de ônibus; melhoria imediata do transporte e das condições de trabalho; passe livre para estudantes e desempregados; retomada do controle deste direito pelo Estado. E sem a luta cotidiana não há muitas alternativas para alcançarmos vitórias, considerando o descaso da mídia vendida, os parlamentares financiados pelos empresários do transporte, da construção civil, etc., uma justiça dos ricos e um governo entregue aos interesses da elite.

Vamos à luta sim, mas sem a hipocrisia da juventude petista que fez nota contra o aumento da passagem apenas como um bonito teatrinho. Não nos esquecemos dos tempos de silêncio desta mesma juventude quando Deda foi prefeito por seis anos. Vamos à luta com organização, democracia, criatividade e ousadia cantando em alto e bom som pelas ruas e terminais: “Ô Edvaldo! Almofadinha! Eu quero ver você pegar um Tijuquinha!”

*Estudante de direito da UFS e membro do movimento resistência e luta – MRL


Vídeo da Luta em Porto Alegre

fevereiro 5, 2009

Ato contra o Aumento da Passagem de ônibus em Porto Alegre, em 27 de janeiro de 2009. O ato contou com a presença de 200 pessoas, a apresentação de teatro satirizando o aumento e caminhada. A policia reprimiu violentamento o protesto.

A responsabilidade da repressão é integralemente de Fogaça e Yeda, que governam para os empresários.
Jovens de 14,15,16 anos de ambos os sexos foram literalmente espancados. Vários estudantes ficaram com fraturas e ematomas. uma menina de 15 anos teve a blusa arrancada por um policial. Um ambulante que foi solidário aos estudantes teve sua banca de cachorro-quente quebraba e um estudante detido foi cuspido todo o caminho até a delegacia dentro da viatura. A luta segue!
Fonte: http://juvvamosaluta.blogspot.com/

Ponta Grossa: R$2,20 é roubo! R$2,20 é golpe!

fevereiro 5, 2009

Após passar as eleições, a máscara de “bom moço” de Pedro Wosgrau (PSDB) começa a cair. Seu novo presente para os ponta-grossenses é um aumento no preço do ônibus, de R$2,00 para R$2,20.

O aumento do ônibus não pode ser considerado justo. Ele só servirá para manter as empresas com altas taxas de lucro. Enquanto isso, o transporte continuará ruim e as condições de trabalho de motoristas e cobradores se manterão péssimas. Em Ponta Grossa, a tarifa de ônibus está mais cara do que em 19 capitais, entre elas Brasília, Goiânia, Recife e Belém.

Num momento de crise econômica e demissões, a prefeitura deveria garantir o barateamento do transporte para não aumentar ainda mais o custo de vida dos trabalhadores. Para piorar a crise, os governos Lula e Requião preparam um pacote para a educação que prevê corte de verbas para as universidades públicas e a criação do “SPC da Educação” para as universidades particulares.

Nos últimos anos, estudantes e trabalhadores tem barrado, juntos, diversos aumentos de passagem de ônibus, como em Florianópolis e Salvador. Infelizmente, a UNE tem se ausentado destes processos ou atuado no sentido de fazer acordos contra a movimentação da maioria dos estudantes.

O coletivo estudantil Barricadas Abrem Caminhos defende a unidade de todos os setores (sindicatos, partidos, movimentos e ativistas) pra atuar contra as medidas anti-trabalhador e anti-povo de todos os governos, sejam eles do PT, como Lula, do PMDB, como Requião ou do PSDB, como Wosgrau (ou de seus aliados). Defendemos um movimento estudantil democrático, de luta e radical! Neste momento, em Ponta Grossa, queremos:

– Congelamento imediato da tarifa de ônibus a R$2,00;

– Passe-livre para estudantes e desempregados;

– Criação de um Conselho (CMT) deliberativo, plural e representativo da comunidade;

– Abertura de discussão sobre o programa Tarifa Zero em Ponta Grossa;

– Aumento de verbas públicas para a saúde e educação públicas;


Luta contra aumento das passagens do transporte no DF

fevereiro 5, 2009
Breve histórico
No dia 29 de janeiro, ocorreu uma reunião na Praça Zumbi dos Palmares (em frente ao Conic) que contou com membros da UNE, UBES, Reconstruindo o Cotidiano (Coletivo de estudantes da UNB), Juventude Revolução-IRJ e independentes. Constituímos a Frente Contra o Aumento das Passagens de Transportes do DF e decidimos organizar uma mobilização para o dia 30 de janeiro às 18h, prevendo que seria o nosso único dia útil que para mobilizar antes do aumento que estava previsto para o dia 1 de fevereiro.
Nos articulamos junto com alguns sindicatos para conseguir 3 carros de som e rodamos os panfletos na CUT-DF para distribuir durante o dia na rodoviária. Pela noite, nos juntamos ao pessoal do MPL e outros independentes para pintar cartazes e discutir a organização do ato no dia seguinte.
No dia 30 de janeiro, rodamos com carros de som por Taguatinga e pela Rodoviária do Plano Piloto, denunciando a política do Governador Arruda (DEM), que por meio de seu secretário de Transportes Alberto Fraga, havia anunciado, no dia 28 de janeiro, que aumentaria a passagem de metrô de R$ 2,00 para R$ 3,00 e dos ônibus de R$ 2,00 para R$ 2,50.
Durante o dia, panfletamos cerca de 30 mil panfletos. E fizemos um ato, às 18h, que contou com cerca de 50 manifestantes, que rodaram pela rodoviária com palavras de ordem como: “Vem! Vem! Vem pra luta Vem! Contra o aumento!!!” e “Não é mole não, aumento de passagem é assalto ao cidadão!”. Por alguns minutos, conseguimos parar as saídas dos ônibus, mas a polícia militar nos empurrou para sair da pista. Desta vez, não houve agressão porque a imprensa estava próxima de nós, manifestantes.
À noite, por volta das 20h, o Governador Arruda anunciou, em coletiva à imprensa, que a passagem dos microônibus aumentaria de R$ 1,00 para R$ 1,50 e do metrô de R$ 2,00 para R$ 3,00 – recuando em relação ao aumento previsto para os ônibus.
Os militantes da Juventude Revolução – IRJ em Brasília participaram ativamente das atividades desde o início. Entrando em contato com sindicatos, panfletando, falando no carro de som e puxando palavras de ordem junto com os demais manifestantes na sexta-feira (30/02). E discutiremos na próxima reunião do núcleo – DF como podemos contribuir para que continue a luta até o fim.
A destruição do sistema de transporte
O descaso do GDF (Governo do Distrito Federal) frente ao sistema de transporte da capital do país é grande. Apesar de o governo dizer que haveria troca da frota de ônibus, o que vemos são ônibus maquiados. É normal ver um ônibus com uma propaganda atrás dizendo que a frota foi renovada e, ao lado, o cano de descarga desse mesmo ônibus todo enferrujado e soltando uma fumaça preta.
Os estudantes e trabalhadores estão cansados de ficar esperando horas e horas nas paradas pelo ônibus que demoram, e os mesmos estarem sempre lotados de gente nos horários de pico. Não é raro ver que eles também quebrem no meio do caminho para casa, trabalho ou escola. Os engarrafamentos também prejudicam o trânsito, devido ao péssimo sistema de transporte, muitos trabalhadores são obrigados a se endividarem para comprar carros.
A máfia das famílias Canhedo, Amaral e Constantino (que controlam as 13 empresas de ônibus do DF) faturam mais de R$ 44 milhões por mês. Não é possível que esses empresários continuem lucrando à custa dos estudantes e trabalhadores, que se vêem confrontados a ter que pagar, cada vez mais caro, por um serviço cada vez pior.
Se, por um lado, temos o Governo Arruda cuidando muito bem dos interesses dos seus amigos, os empresários, por outro lado, temos 58 milhões de trabalhadores e jovens de todo o Brasil, que conseguiram eleger Lula, o primeiro presidente operário do Brasil. Temos força para impedir os aumentos de passagens, contamos com o apoio da massa trabalhadora. Se, de um lado, vemos a passagem de Salvador, do prefeito João Henrique (PMDB), ter aumentado em janeiro para R$ 2,2, temos, em contraposição, o exemplo de Fortaleza, da prefeita Luzianne Lins (PT), que há 4 anos mantêm o preço da passagem em R$ 1,60.
Torna-se cada vez mais necessário um transporte público de verdade e com qualidade, para isso é preciso:
Exigir de Lula a revogação da LRF, que esmaga o orçamento dos municípios, revertendo essa verba para:
– A revitalização da TCB.
– Passe-livre a todos os estudantes.
– Congelamento das tarifas de ônibus.

Próximos passos:

No dia 5 de fevereiro, às 10h da manhã, haverá uma Plenária na sede da CUT-DF (Conic) para discutir um novo panfleto e a sequência da luta contra o aumento de passagem. A idéia é tentar garantir a presença do Sinpro-DF, UNE, UBES, Sindicato dos Rodoviários, e demais entidades e organizações que possam se unificar nesta luta para ela ser vitoriosa.